Por que as pessoas cometem golpes?
Fonte:Nick Youngson Os golpes já afetaram praticamente todas os setores do mundo dos negócios, até mesmo aqueles considerados mais seguros, como o Vale do Silício e a Bolsa de Valores de Nova York. Portanto, é grande a dúvida das pessoas e dos especialistas na psique humana sobre o que leva alguém a cometer uma fraude de grandes proporções. De acordo com o Dr. Thomas Plante, professor de psicologia nas universidades de Santa Clara e de Stanford, os golpistas possuem alguns estímulos mais comuns para praticar seus crimes. O principal deles é o narcisismo, o que leva muitos golpistas a se considerarem acima da lei, e por isso justificam seus golpes como algo necessário para que consigam o que desejam. Em outros casos, os golpistas contam com algum transtorno de personalidade antissocial, como a sociopatia, o que motiva esse comportamento e os faz não ter nenhuma compaixão ou empatia por aqueles que são prejudicados pelos seus crimes. Por outro lado, também existem os golpistas que começam praticando pequenos atos ilegais, que para eles não irá prejudicar ninguém, e o fato de não serem descobertos os levam a cometer atos maiores e mais elaborados, até acabarem envolvidos em golpes de grandes dimensões.
“Triângulo da fraude”
Para tentar identificar o cenário ideal que leva os golpistas a agirem, o sociólogo norte-americano Donald Cressey criou o chamado “triângulo da fraude”, com o qual identificou os três fatores específicos que encorajam a mente dessas pessoas a cometerem fraudes: motivação, oportunidade e racionalização. No que diz respeito a motivação, o indivíduo geralmente se encontra pressionado por problemas financeiros ou vícios, e enxerga o golpe como o método mais fácil de resolver sua atual situação. A oportunidade, por sua vez, ocorre quando os golpistas têm acesso a algum tipo de informação sensível ou confidencial, ou ainda ao pensarem que podem cometer o crime sem serem descobertos, algo mais comum entre os golpistas narcisistas. Fonte:Methodshop Por fim, a racionalização acontece quando estes indivíduos nutrem sentimentos de raiva ou vingança contra alguém ou uma corporação, ou ainda quando acreditam que várias outras pessoas estão cometendo o mesmo ato sem serem pegas, fatores que os fazem pensar que o golpe seja justificável ou até mesmo “justo”. Para evitar golpes e fraudes na web, segmentos como o dos cassinos online devem adotar medidas de segurança em suas plataformas, como ferramentas de análise do IP e do email cadastrado pelo usuário, além de verificação de identidade, idade e outras informações básicas concedidas no momento do cadastro.
Especialistas atentam para a complexidade dessa questão
Porém, apesar de existirem traços de personalidade em comum entre aqueles que cometem fraudes, os psicólogos e psiquiatras já destacaram que essa é uma questão mais complexa do que muitos imaginam. Uma parcela dos golpistas se envolve em crimes a partir da chamada “ética vinculada”, que é quando alguém comete um ato ilegal tendo um “bem maior” em mente. Uma situação desse tipo ocorreu com o empresário Toby Groves, dono de uma corretora de hipotecas, que foi sentenciado à prisão em 2008. Na ocasião, Groves foi acusado de falsificar sua renda para fazer o mercado e os investidores acreditarem que a corretora movimentava muito mais dinheiro do que realmente o fazia. Em seu julgamento, Groves se declarou como culpado e disse saber que sua atitude foi antiética, mas destacou que seu objetivo era evitar que a empresa entrasse em processo de falência e resultasse na perda de centenas de empregos.