Guia completo sobre blockchain para iniciantes

julho 10, 2019

Fonte: Pexels Nos dias de hoje, quando o assunto gira em torno de Bitcoins e outras criptomoedas, é comum ouvir falar sobre o termo “blockchain”. Como as Bitcoins estão cada vez mais em alta, se estabelecendo como um método de pagamento alternativo e descentralizado, o qual é aceito em cerca de 15% dos cassinos além de diversos outros estabelecimentos online ao redor do mundo, é importante compreender melhor o conceito de “blockchain” e tudo o que ele representa. Pensando nisso, a seguir está um guia para iniciantes bastante completo sobre o tema, com as respostas para as principais dúvidas que surgem entre os usuários.

O que é blockchain?

A tecnologia da blockchain é bastante avançada e complexa, mas para compreendê-la de forma mais simples, basta assimilar que a blockchain é como uma espécie de “livro digital”, que está armazenado de modo simultâneo em dezenas de milhões de computadores e dispositivos. Assim como uma imensa planilha que possui muitas informações, a blockchain pode ter novos dados acrescentados a ela, mas aqueles que já estão presentes nunca poderão ser modificados ou excluídos. Em livre tradução, a expressão “blockchain” poderia ser traduzida como cadeia de blocos. Esses “blocos” nada mais são do que o registro de qualquer nova transação realizada em uma blockchain, a qual é arquivada dentro dela, formando um novo bloco de dados. Esses dados anexados à blockchain podem ser acessados por todos, mas somente quem possui a respectiva chave digital pode solicitar a propriedade dos mesmos. Essa chave digital, por sua vez, é o código da carteira digital de cada usuário.

A blockchain é uma tecnologia segura?

Em primeiro lugar, é preciso entender que diferente de outros métodos tradicionais, como as contas em bancos físicos e digitais, ou inclusive as contas em serviços de armazenamento na nuvem, como é o caso do Dropbox, no qual os usuários arquivam documentos, fotos e etc, a blockchain funciona sem a ação de um mediador. Enquanto nas contas em bancos ou em serviços de armazenar dados na nuvem, o mediador é o servidor da empresa bancária ou então o provedor da companhia de armazenamento, a blockchain não conta com um servidor único e centralizado. De modo diferenciado, as informações dos usuários são arquivadas nesses blocos de dados que estão presentes no “livro digital” da blockchain, que pode ser acessado a  partir de milhões de dispositivos independentes. Esse é o principal motivo pelo qual a blockchain é considerada uma tecnologia bastante segura, pois como não existe um servidor que concentre todos os dados, também não existe um lugar específico onde os hackers possam invadir. A característica descentralizada de uma blockchain ainda impossibilita que o governo ou uma companhia privada utilize as informações digitais que estão arquivadas nela, pois todos os dados são anônimos e estão guardadas de forma dividida e codificada em diversos computadores. Para completar, os proprietários de dados presentes na blockchain não têm seus nomes reais, endereços ou qualquer informação pessoal vinculada, a qual seja capaz de rastreá-lo posteriormente. Como o acesso ocorre somente através de uma chave digital única e exclusiva, esses proprietários conseguem permanecer completamente anônimos, criando um nível de privacidade inédito e que só existe atualmente com a tecnologia da blockchain.

Em quais situações a blockchain pode ser utilizada?

Apesar de ter surgido como uma tecnologia vinculada a Bitcoin e outras criptomoedas, a blockchain é um recurso revolucionário, que pode ser usado para uma grande variedade de situações. Confira logo abaixo alguns exemplos de destaque.

1. Processos eleitorais

Um dos conceitos relacionados a blockchain é o de contratos inteligentes, que funcionam como uma espécie de contrato digital firmado entre duas partes, o qual não pode ser perdido ou modificado, além de ser auto-executável. Esses contratos, que utilizam a tecnologia da blockchain para funcionarem, são capazes de eliminar as fraudes nos processos eleitorais e garantir a plena transparência nos resultados das eleições, tudo isso sem perder o caráter anônimo dos votos. Entretanto, ainda é preciso aprimorar esse viés da tecnologia até que ela esteja pronta para ser implementada em uma votação descentralizada que envolva centenas de milhões de votos.

2. Combate ao crime

Nos dias de hoje, existe a preocupação de que as transações anônimas de criptomoedas realizadas via blockchain possam facilitar a ação de criminosos que desejam lavar dinheiro, por exemplo. Porém, o que muitos sequer imaginam é que elementos regulatórios como registro de transações e identificação das partes envolvidas também podem existir dentro dos processos de envio e recebimento de criptomoedas. A blockchain e os contratos inteligentes podem ser explorados com o intuito de dificultar atividades ilegais e aumentar o controle sobre ações ilícitas, em especial a lavagem de dinheiro.

3. Internet das Coisas (IoT, a partir da sigla em inglês)

De acordo com os especialistas, a blockchain irá desempenhar um papel essencial para a introdução da Internet das Coisas, além de conter a tecnologia necessária para proteger essa interação crescente de dispositivos com a internet de ataques realizados por hackers. Conforme novos aparelhos forem sendo conectados à rede,  a segurança da blockchain é essencial para garantir que os dados transmitidos não sejam manipulados, além de evitar que algum ação mal-intencionada prejudique o sistema ou retire um aparelho da rede de dados, por exemplo. Fonte: Pexels

4.  Mídias sociais

Na atualidade, as empresas que controlam de maiores redes sociais podem utilizar praticamente da forma como querem os dados pessoais que são coletados de seus usuários. O conhecimento sobre as práticas de comportamento e as preferências das pessoas rende bilhões de dólares a essas empresas a cada ano, mas com a implantação dos contratos inteligentes e da tecnologia blockchain, isso pode começar a mudar. Segundo estudos recentes, como os dados dos usuários estariam protegidos por esse sistema, as empresas só teriam acesso aos mesmos caso estivessem dispostas a comprá-los, o que revolucionaria completamente essa indústria.

5. Armazenar arquivos

Serviços de armazenamento como o Dropbox e o Google Drive oferecem aos usuários a chance de arquivar digitalmente os seus documentos através de plataformas centralizadas, as quais são menos protegidas contra possíveis ataques hackers, que resultam no roubo de dados e informações pessoais. Nesse aspecto, a blockchain também deverá crescer nos próximos anos como uma alternativa para se guardar documentos online de forma mais segura. Inclusive, já existem vários projetos em andamento a base da tecnologia da blockchain que pretendem colocar isso em prática.

6. Proteger a propriedade intelectual

A proteção de documentos de propriedade intelectual é uma questão bastante discutida atualmente, pois com a pirataria, esses documentos podem ser amplamente compartilhados pela internet, sem respeitar as regras de propriedade estabelecidas pela legislação atual. Com o uso da blockchain, a camada de proteção desses arquivos será muito maior, o que poderá acabar com o compartilhamento ilegal de conteúdo. Apesar de ainda estar em fase de desenvolvimento, já existe um aplicativo que oferece essa tecnologia chamado Ascribe.